quarta-feira, 11 de maio de 2011

Empresa contratada para limpar área onde ficará lago da hidrelétrica se desentende com a Copel. Derrubada de árvores está atrasada há um ano


A construtora Cosicke – uma das quatro empresas selecionadas – teve problemas financeiros e passou a atrasar pagamentos de funcionários e fornecedores. O trabalho em campo foi interrompido. Às pressas, a Copel contratou outras empresas para fazer em cinco meses o trabalho que estava previsto para ser realizado em oito. A estatal paranaense de energia está sujeita a multas caso não cumpra os prazos prometidos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e já está arcando com custos adicionais ao projeto porque a previsão de começar a gerar energia no início de 2010 não se concretizou.
Empresa tem R$ 900 mil em dívidas
Hamilton Marochi: calote deixou rombo na loja de motosserras
O empresário Hamilton Marochi, dono de duas lojas de equipamentos pesados, conta que está no prejuízo por causa de máquinas vendidas para a Cosicke. Foram 35 motosserras, equipamentos de segurança, uniformes, óleo combustível e outros maquinários. De uma conta de R$ 120 mil, recebeu apenas 12 mil. “Em fevereiro, pararam de pagar. Aí suspendi novas vendas”, diz Marochi, que acumula dívidas e enfrenta problemas com os principais fornecedores. O empresário conseguiu recuperar 18 motosseras, mas ainda não sabe como fará para receber o que ainda falta. Segundo estimativa, a Cosicke teria R$ 400 mil em débitos no comércio e mais R$ 500 mil em salários de funcionários.

O advogado Silvio Medeiros representa 102 funcionários da Cosicke em ações trabalhistas. Ele conta que cinco ainda não conseguiram recuperar a carteira de trabalho e a grande maioria ainda está com o registro funcional em aberto. “Eles passaram a ter dificuldades de obter nova colocação no mercado de trabalho”, conta. Segundo o advogado, mesmo as empresas que assumiram o trabalho que antes estava sendo executado pela Cosicke não contratam os trabalhadores temendo serem consideradas como sucessoras nas obrigações não honradas pela empreiteira anterior.

Entre outras reclamações, os funcionários alegam que ficaram sem verbas rescisórias, sem acesso ao seguro desemprego e em dificuldade para conseguir outro trabalho. As primeiras audiências estão marcadas para junho. Em decisão preliminar, a Justiça não considerou a Copel como corresponsável nas ações trabalhistas, mas a decisão está sendo contestada por Medeiros.

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